CORREIO DO POVO 19/04/2014 20:33
Karina Reif / Correio do Povo
“Não havia suspeita de crime”, diz delegada do caso Bernardo. Mãe de dois filhos, policial revela que chegou a chorar no velório do menino
Policial tem convicção de que o pai e a madrasta do menino estão envolvidos no crime
Crédito: Vinicius Araújo / Especial CP
O sentimento de indignação e perplexidade compartilhado por todos que sabem da história do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, morto na região Noroeste, é o mesmo da delegada que investiga o caso, Caroline Bamberg Machado. Mãe de dois meninos, um de 3 e outro de 6 anos, ela tem convicção de que o pai e a madrasta da criança estão envolvidos de alguma forma com o crime. Caroline afirma ter dificuldade em imaginar como uma pessoa como a madrasta, que tem um filho, pode fazer mal para um garoto. “Quando se é mãe, só se pensa em amor”, observa.
Natural de Humaitá, sempre teve o sonho de ser policial. Ela afirma nunca ter lhe passado na cabeça outra carreira. “Queria uma profissão que pudesse ajudar as pessoas”, afirma. Desde 2004, concretizou o objetivo. No entanto, a experiência de dez anos não minimiza a comoção com o assassinato de Bernardo e não impede que ela pense nos filhos ao imaginar o quão indefeso estava o menino antes de desaparecer. “As testemunhas dizem que ele era extremamente carente, amoroso e só buscava amor”, conta a delegada, que se emociona ao pensar na criança.
Inclusive, ela não conseguiu conter as lágrimas no velório. “Eu sou humana”, justifica. “Não tem como não lembrar dos filhos e não se comover”, observa Caroline, que tem uma tatuagem de Nicollas e Murillo no pulso direito.
Caroline diz agradecer sempre por ter serenidade para agir neste caso. Segundo ela, a vontade que tinha era de passar o dia inteiro abraçada aos filhos. “Eu procuro dar o máximo de carinho”, diz. “Preciso saber o que aconteceu com o Bernardo”, declara a policial.
O que choca tanto a delegada, assim como o restante da população, é que a suspeita recai sobre o pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, além de uma amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz. A delegada conhecia o menino de vista e já havia escutado que o Conselho Tutelar estava investigando um abandono afetivo. “Não havia suspeita de crime. Senão, teríamos agido”, disse.
O primeiro contato com o médico e a madrasta foi quando ambos foram registrar o desaparecimento de Bernardo. Naquele momento, Caroline diz que constatou a frieza dos dois. “Desde o início, percebi isso no jeito deles, pois não foi um gesto específico”, comenta a delegada. “A gente se coloca como mãe. Não tem como não ficar perplexa”, ressalta Caroline. Os três suspeitos devem ser indiciados por homicídio qualificado.
Karina Reif / Correio do Povo
“Não havia suspeita de crime”, diz delegada do caso Bernardo. Mãe de dois filhos, policial revela que chegou a chorar no velório do menino
Policial tem convicção de que o pai e a madrasta do menino estão envolvidos no crime
Crédito: Vinicius Araújo / Especial CP
O sentimento de indignação e perplexidade compartilhado por todos que sabem da história do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, morto na região Noroeste, é o mesmo da delegada que investiga o caso, Caroline Bamberg Machado. Mãe de dois meninos, um de 3 e outro de 6 anos, ela tem convicção de que o pai e a madrasta da criança estão envolvidos de alguma forma com o crime. Caroline afirma ter dificuldade em imaginar como uma pessoa como a madrasta, que tem um filho, pode fazer mal para um garoto. “Quando se é mãe, só se pensa em amor”, observa.
Natural de Humaitá, sempre teve o sonho de ser policial. Ela afirma nunca ter lhe passado na cabeça outra carreira. “Queria uma profissão que pudesse ajudar as pessoas”, afirma. Desde 2004, concretizou o objetivo. No entanto, a experiência de dez anos não minimiza a comoção com o assassinato de Bernardo e não impede que ela pense nos filhos ao imaginar o quão indefeso estava o menino antes de desaparecer. “As testemunhas dizem que ele era extremamente carente, amoroso e só buscava amor”, conta a delegada, que se emociona ao pensar na criança.
Inclusive, ela não conseguiu conter as lágrimas no velório. “Eu sou humana”, justifica. “Não tem como não lembrar dos filhos e não se comover”, observa Caroline, que tem uma tatuagem de Nicollas e Murillo no pulso direito.
Caroline diz agradecer sempre por ter serenidade para agir neste caso. Segundo ela, a vontade que tinha era de passar o dia inteiro abraçada aos filhos. “Eu procuro dar o máximo de carinho”, diz. “Preciso saber o que aconteceu com o Bernardo”, declara a policial.
O que choca tanto a delegada, assim como o restante da população, é que a suspeita recai sobre o pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, além de uma amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz. A delegada conhecia o menino de vista e já havia escutado que o Conselho Tutelar estava investigando um abandono afetivo. “Não havia suspeita de crime. Senão, teríamos agido”, disse.
O primeiro contato com o médico e a madrasta foi quando ambos foram registrar o desaparecimento de Bernardo. Naquele momento, Caroline diz que constatou a frieza dos dois. “Desde o início, percebi isso no jeito deles, pois não foi um gesto específico”, comenta a delegada. “A gente se coloca como mãe. Não tem como não ficar perplexa”, ressalta Caroline. Os três suspeitos devem ser indiciados por homicídio qualificado.
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