ARTIGOS
por Romi Krás Hahn*
A tragédia do menino Bernardo, de Três Passos, assassinado aos 11 anos de idade, cujos principais suspeitos são o pai, a madrasta e uma amiga dela, é surreal e terrível demais. Dói e emociona a gente só de ler sobre o assunto.
E, desse acontecimento terrível, nós, sociedade, devemos tirar alguns ensinamentos. A criança claramente dava sinais de estar sofrendo abandono afetivo e maus-tratos – psicológicos e talvez físicos também –, chegando inclusive a tomar a iniciativa de buscar ajuda junto ao MP, ou seja, fazendo o que a maioria dos adultos, por omissão ou comodismo, não fez. Há relatos de que ele procurava casas de amigos para passar os finais de semana, inclusive indicando ao MP algumas dessas famílias para adotá-lo provisoriamente. Essas, no entanto, negaram-lhe abrigo, não queriam se envolver no caso. A avó queria adotá-lo, mas o monstruoso pai não deixava. Imaginem o inferno que era a vida desse menino.
A questão que se coloca é: houve negligência da sociedade com o comportamento dessa família? E, quando falo sociedade, refiro-me a todos que tinham contato com a criança: vizinhos, amigos, professores, direção da escola, autoridades. Pelo fato de o pai ser médico (e bem de vida), todos esses atores (principalmente os órgãos protetores dos Direitos da Criança) foram condescendentes com o comportamento desse pai?
Com certeza a polícia vai desvendar rapidamente as razões desse crime bárbaro. Essas pessoas, no entanto, não passarão mais do que alguns poucos anos na cadeia, logo estarão soltas por bom comportamento – são classe média alta e podem pagar bons advogados – e estarão de volta ao convívio social. E, por mais injusto que isso pareça, não há nada que possamos fazer. Agora, podemos, sim, ficar mais atentos aos sinais e pedidos de socorro que crianças em situações semelhantes emitem à nossa volta. Esse é o principal ensinamento, a lição que devemos todos tirar dessa tragédia chamada Bernardo Boldrini.
A tragédia do menino Bernardo, de Três Passos, assassinado aos 11 anos de idade, cujos principais suspeitos são o pai, a madrasta e uma amiga dela, é surreal e terrível demais. Dói e emociona a gente só de ler sobre o assunto.
E, desse acontecimento terrível, nós, sociedade, devemos tirar alguns ensinamentos. A criança claramente dava sinais de estar sofrendo abandono afetivo e maus-tratos – psicológicos e talvez físicos também –, chegando inclusive a tomar a iniciativa de buscar ajuda junto ao MP, ou seja, fazendo o que a maioria dos adultos, por omissão ou comodismo, não fez. Há relatos de que ele procurava casas de amigos para passar os finais de semana, inclusive indicando ao MP algumas dessas famílias para adotá-lo provisoriamente. Essas, no entanto, negaram-lhe abrigo, não queriam se envolver no caso. A avó queria adotá-lo, mas o monstruoso pai não deixava. Imaginem o inferno que era a vida desse menino.
A questão que se coloca é: houve negligência da sociedade com o comportamento dessa família? E, quando falo sociedade, refiro-me a todos que tinham contato com a criança: vizinhos, amigos, professores, direção da escola, autoridades. Pelo fato de o pai ser médico (e bem de vida), todos esses atores (principalmente os órgãos protetores dos Direitos da Criança) foram condescendentes com o comportamento desse pai?
Com certeza a polícia vai desvendar rapidamente as razões desse crime bárbaro. Essas pessoas, no entanto, não passarão mais do que alguns poucos anos na cadeia, logo estarão soltas por bom comportamento – são classe média alta e podem pagar bons advogados – e estarão de volta ao convívio social. E, por mais injusto que isso pareça, não há nada que possamos fazer. Agora, podemos, sim, ficar mais atentos aos sinais e pedidos de socorro que crianças em situações semelhantes emitem à nossa volta. Esse é o principal ensinamento, a lição que devemos todos tirar dessa tragédia chamada Bernardo Boldrini.
*CIENTISTA POLÍTICO
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