sábado, 19 de abril de 2014

LEI BERNARDO



ZERO HORA 19 de abril de 2014 | N° 17768




CASO BERNARDO. Corrente virtual defende criação de Lei Bernardo



Uma página criada na internet em 9 de abril reunindo mensagens de esperança pelo reaparecimento de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, tornou-se agora uma rede em torno da criação da “Lei Bernardo”.

Os participantes da “Corrente do BEm” (o BE maiúsculos são uma referência ao apelido do menino na cidade) falam na criação de um mecanismo legal para que “magistrados tenham mais recurso para interferir e precaver este tipo de acontecimento”.

Bernardo desapareceu em 4 de abril, mesmo dia em que foi morto. Dez dias depois, a polícia encontrou o corpo e prendeu o pai, o médico-cirurgião Leandro Boldrini, e a madrasta do menino, Graciele Ugulini, além de uma amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz. Foi Edelvânia quem confessou o crime e deu pistas para a polícia.

A página “Desaparecido - Bernardo Boldrini” foi criada pelo estudante Magnos Leandro de Souza, 33 anos, de Três Passos. Ele não conhecia a família Boldrini nem Bernardo, mas teve a ideia da página para ajudar nas buscas depois de uma manifestação ocorrida na cidade, em 8 de abril:

– Achei que seria uma boa forma de ajudar, uma causa em prol da comunidade, que estava mobilizada. Queremos sensibilizar sobre os outros Bernardos que podem estar por aí.

A página tem dezenas de mensagens postadas pedindo atenção para a possibilidade de haver mais “Bernardos” em perigo. “Vamos nos amar mais... vamos nos permitir ser felizes para que outros ‘Bernardos’ não passem despercebidos pela sociedade e sejam salvos com o amor e carinho que ele tanto pedia”, diz um dos textos.

As postagens lamentam a morte de Bernardo e falam de ineficiência dos órgãos responsáveis pela proteção de crianças e da dificuldade de levar denúncias adiante. Também há sugestão, por exemplo, para que se crie uma página na qual crianças possam fazer denúncias de maus-tratos. Até ontem, a página já havia sido curtida por mais de 59 mil pessoas.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O ECA precisa ser reformulado e instruído por um sistema judicial de execução e aplicação deste estatutos; um sistema capaz de agilizar processos, ações e decisões amparadas em leis claras e coativas; um sistema em que o magistrado é protagonista e não apenas um figurante que media e lava as mãos nas questões polêmicas e envolvendo a vida das pessoas. Não é possível que o Brasil ainda ande a passos de tartaruga e uma leniência vergonhosa na aplicação das leis e da justiça. Poderes que se lixam para o povo, não são poderes, mas cabides de emprego público para satisfazer interesses particulares e corporativos, ao invés de atender o interesse público e salvaguardar a vida das pessoas, especialmente crianças e adolescentes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário