sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

UM SOLUÇÃO POSSÍVEL

MARIA DORNELLES DE ARAÚJO RIBEIRO, PSICÓLOGA DO POD SOCIOEDUCATIVO DA FUNDAÇÃO O PÃO DOS POBRES DE SANTO ANTÔNIO, ZERO HORA 27/01/2012

A reportagem “Meninos condenados”, publicada por ZH ao longo desta semana, é um riquíssimo trabalho dos repórteres Adriana Irion e José Luís Costa, que representa a realidade de muito mais do que 162 jovens egressos da antiga Febem, hoje Fase (Fundação de Atendimento Socioeducativo). A busca pela história de vida de cada um dos jovens, identificando-os com nome e idade, trata-os como seres humanos e não apenas como dados estatísticos de violência urbana, convidando à reflexão acerca da realidade onde esses jovens cresceram e de como as condições sociais em que viveram contribuíram para levá-los a cometer atos infracionais.

Na reportagem de segunda-feira (23), foi retratado o depoimento do jovem Rafael Candido dos Santos Machado, hoje com 28 anos, o qual afirma que a falta de acompanhamento após sua saída da Febem foi um dos fatores cruciais para a reincidência no crime e consequente prisão. Foi pensando em jovens como Rafael, que desejam encontrar apoio para mudar seus destinos e o rumo de suas histórias, e visando à diminuição dos índices de reincidência em atos infracionais, que foi criado o Programa de Oportunidades e Direitos (POD) Socioeducativo.

Desde abril de 2009, a Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antônio executa, em convênio com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, o POD Socioeducativo, cujo principal objetivo é a reinserção social, a inserção no mundo do trabalho e a reaproximação dos laços familiares. A fundação atende até 70 adolescentes/jovens adultos egressos da Fase por meio de uma equipe multidisciplinar. O POD tem como finalidade dar visibilidade social aos adolescentes/jovens adultos em conflito com a lei e qualificar o atendimento socioeducativo no Estado, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

O Pão dos Pobres oportuniza e incentiva os educandos do programa a ingressarem nos cursos profissionalizantes ou técnicos do centro de educação profissional da fundação ou em cursos e oficinas oferecidos por entidades parceiras. Só no ano de 2011, mais de 20 egressos da Fase que participaram do POD no Pão dos Pobres foram inseridos no mercado formal de trabalho. O sucesso de cada educando motiva-nos a dar continuidade a este trabalho e mostrar à sociedade que a reinserção social desses jovens é possível.

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