sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

MENOS CRIANÇA NA RUA

EDITORIAL ZERO HORA 20/01/2012


É visível e muito significativa a redução do contingente de crianças em situa-ção de risco nas ruas da Capital. E não se trata apenas da estatística oficial, que muitas vezes costuma ser mascarada pela autoridade de plantão, interessada em mostrar resultados. O fato pode ser constatado pela população, como atestou esta semana a reportagem deste jornal, percorrendo os mesmos trajetos feitos cinco anos atrás. Na ocasião, em 2006, os repórteres encontraram 14 crianças pedindo dinheiro nas sinaleiras de três artérias movimentadas. Agora, apenas três meninos foram vistos.

Certamente ainda não há o que festejar, pois o próprio órgão municipal encarregado de administrar o problema – a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) – reconhece a existência de 90 crianças nas ruas de Porto Alegre. Mas o resultado do trabalho da própria entidade, conjugado com outros fatores conjunturais, é notável e merece o reconhecimento da sociedade. Se as aparências não enganam, muitos meninos e meninas foram resgatados para uma vida mais digna e produtiva.

A guerra contra o desamparo da infância está sendo vencida pelos programas sociais que garantem renda mínima a famílias carentes e também pela maior oferta de emprego, que ajuda a evitar que adultos recorram à mendicância infantil para aumentar a renda familiar. Porém, tem sido importante a conscientização da população, ao substituir esmolas e doações diretas por contribuições a entidades assistenciais. Neste contexto, é fundamental a participação dos profissionais especializados que fazem o trabalho de abordar crianças em situação de rua, com o propósito de convencê-las a buscar alternativas de aprendizado e lazer disponibilizadas pelo Estado.

A retirada das crianças das ruas, porém, é apenas um primeiro passo na busca da cidadania plena. A caminhada só estará completa quando elas receberem oportunidades efetivas para estudar e para se tornarem cidadãos íntegros e felizes.

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