segunda-feira, 27 de julho de 2015

NEGLIGÊNCIAS E SUPERLOTAÇÕES



ZERO HORA 27 de julho de 2015 | N° 18239


VÍTIMAS DE ABRIGOS




Quase metade dos 54 procedimentos apura negligência, como a má administração de medicamentos. Há procedimentos para investigar o uso indevido de remédios a soropositivos e calmantes como punição.

Acolhidos relataram sofrer “ameaças de encaminhamento para um posto de saúde”, onde seriam medicados por estarem agitados. Ameaça que se assemelha a método de tortura, conforme a professora Samantha Dubugras Sá.

– Me parece o eletrochoque de antigamente. Se não ficar calminho, vai tomar um choque e te aquietar – comenta a especialista, ao alertar que a ingestão indevida de fármacos pode provocar dependência, intoxicação ou overdose, que podem levar à morte.

Filhas de soropositivos sem tratamento e dependentes químicos, quatro crianças – de cinco, seis, sete e 11 anos – eram agredidas, passavam fome, dormiam no mesmo colchão e não tinham nenhuma rotina de higiene. Com o acolhimento determinado pela Justiça, os pequenos não tiveram vagas imediatas em abrigos da Capital devido à superlotação. A história dos irmãos integra um inquérito civil sobre a falta de vagas no serviço de Porto Alegre. Atualmente, conforme o MP, 18% dos abrigos possuem mais acolhidos do que o máximo determinado pelo governo.

Depois de cometer furtos e usar drogas, o primogênito foi internado no Centro Integrado de Atenção Psicossocial – Infância e Adolescência (Ciaps), onde relatou ter “roupas limpas e quentinhas”.

– Tem uma cama só para mim – disse o garoto.

Em 1º de agosto, a Justiça determinou que ele e os irmãos fossem acolhidos “com urgência”, mas as vagas foram liberadas uma semana depois. A superlotação também obriga os abrigos a improvisar espaço aos acolhidos, que muitas vezes dormem no chão.

Entre as investigações, há uma sobre o Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI). Conforme ofício dos bombeiros, apenas sete dos 104 abrigos possuía o documento em novembro de 2014, situação que se mantém, segundo o MP. Caso não resolvam os problemas, as casas podem ser fechadas pelo órgão.

história dos irmãos integra um inquérito civil sobre a falta de vagas no serviço de Porto Alegre. Atualmente, conforme o MP, 18% dos abrigos possuem mais acolhidos do que o máximo determinado pelo governo.

Depois de cometer furtos e usar drogas, o primogênito foi internado no Centro Integrado de Atenção Psicossocial – Infância e Adolescência (Ciaps), onde relatou ter “roupas limpas e quentinhas”.

– Tem uma cama só para mim – disse o garoto.

Em 1º de agosto, a Justiça determinou que ele e os irmãos fossem acolhidos “com urgência”, mas as vagas foram liberadas uma semana depois. A superlotação também obriga os abrigos a improvisar espaço aos acolhidos, que muitas vezes dormem no chão.

Entre as investigações, há uma sobre o Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI). Conforme ofício dos bombeiros, apenas sete dos 104 abrigos possuía o documento em novembro de 2014, situação que se mantém, segundo o MP. Caso não resolvam os problemas, as casas podem ser fechadas pelo órgão.

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