segunda-feira, 18 de junho de 2012

UM PAINEL PARA A INFÂNCIA

EDITORIAL ZERO HORA 18/06/2012


Diferentes veículos do Grupo RBS, incluindo rádio, televisão, os impressos e os online, repercutem hoje o caderno especial Filho da Rua, que circulou com a edição dominical de Zero Hora, narrando o drama de um garoto exposto a todas as vicissitudes de quem cresce sem a presença vigilante de uma família e de um lar. Descrita em 16 páginas, a história do personagem real apelidado de Felipe, pela impossibilidade legal de ser chamado pelo nome verdadeiro, é muito semelhante à de centenas de outras crianças e adolescentes que, diuturnamente, perambulam por ruas de centros urbanos como a Capital. Por isso, é também uma conclamação à sociedade de maneira geral, para que some suas forças às de órgãos públicos e de instituições privadas, na busca da melhor forma de enfrentamento do problema. O assunto será abordado hoje no Painel RBS “Filho da Rua: Alternativas para o Drama dos Meninos das Esquinas”.

Trajetórias de degradação como a narrada na reportagem não devem simplesmente ser atribuídas à miséria, à desestruturação familiar, à precariedade das instituições que formam a rede social, à facilidade de atuação de quadrilhas de traficantes visando conquistar clientes para drogas de efeito cada vez mais rápido e de consequências ainda mais letais na fase que deveria estar sendo dedicada à infância. Todas essas questões, porém, incluindo a ilusão de tentar resolvê-las com esmola, contribuem para manter crianças ao relento, na promiscuidade, na droga, nos primeiros delitos. E mostra que, quando a família falha, nem sempre as instituições especializadas conseguem compensar.

Ao promover o debate público sobre o tema, o Grupo RBS busca cumprir o seu papel de contribuir para o equacionamento de questões sociais que afligem a comunidade rio-grandense. A intenção não é acusar ninguém, mas facilitar a definição de alternativas que possam realmente impedir tantas crianças de crescerem ao desamparo. Em muitos aspectos, afinal, o Filho da Rua é também filho de todos.

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