quarta-feira, 24 de junho de 2015

RS É DESTAQUE NEGATIVO NA INTERNAÇÃO DE ADOLESCENTES



Operação Caça-Fantasma prendeu 21 pessoas na manhã dessa terça-feira. (Foto: PC/Divulgação)

O SUL 23 de junho de 2015 23:18


Wanderley Soares


O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) divulgou dados confirmando a superlotação das unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei em 17 Estados, incluindo o RS. De acordo com o levantamento, 22 mil jovens estão internados em unidades que oferecem 18 mil vagas. Neste quadro, o RS se destaca como o pior do País. Nas 11 unidades da Fase (Fundação de Atendimento Socioeducativo), há 861 jovens internos para 643 vagas, o que revela superlotação de 134% no Estado. No comparativo com 2013, há hoje uma unidade a menos, com o corte de 91 vagas no sistema. Cabe sempre apontar que é exatamente na Fase onde deveria acontecer um atendimento de máxima qualidade, no sentido de que as unidades desta instituição não permaneçam como escola fundamental do crime. Da minha torre tenho destacado a ausência de estatísticas sobre o número de apenados adultos que passaram pela Fase, onde deveria acontecer um modelo de trabalho de ressocialização.

População carcerária



O número de presos no País dobrou em dez anos e chega a quase 616 mil. O déficit de vagas é de 244 mil, segundo levantamento realizado pelo portal de notícias G1, com base nos dados de maio fornecido pelos Estados. A média de superlotação é de 66%. E do total de presos, 238 mil ainda aguardam julgamento. No RS há 30.868 pessoas em 25.238 vagas no sistema prisional e equivale a uma superlotação de 22%. É evidente que este fracasso do sistema penitenciário nasce na política educacional do País e passa, é claro, pelos desestruturados institutos para menores infratores.

Fantasma


A operação Caça-Fantasma, coordenada pela delegada Ana Luiza Tarouco, prendeu 21 pessoas na manhã dessa terça-feira. A ação, deflagrada após um ano de investigações, foi executada em Cidreira, no Litoral Norte, Eldorado do Sul, na Região Metropolitana e Porto Alegre teve como objetivo combater os atos de maior gravidade no campo da criminalidade, como o tráfico de drogas, homicídios e sequestros. Foram apreendidos armas, carros e objetos roubados.

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