domingo, 19 de agosto de 2012

CASE: REBELIÃO EXPÕE DEFICIÊNCIAS

CORREIO DO POVO, 19/08/2012


Policiais foram mobilizados para conter tumulto na unidade
Crédito: andré ávila


Os problemas de superlotação enfrentados pelo Centro de Atendimento Socioeducativo (Case-PoA I) ficaram mais evidentes na noite de sexta-feira, a partir de um tumulto na unidade situada na vila Cruzeiro, em Porto Alegre. A maior parte dos 129 internos fez um princípio de rebelião, que se espalhou pelas duas alas. Os adolescentes atearam fogo nos colchões e depredaram parte das instalações, com capacidade para abrigar 62 jovens.

A movimentação se iniciou pouco depois das 22h, quando um grupo de internos avançou para a quadra de esportes, a fim de agredir um dos meninos. Os monitores tiveram de intervir e conseguiram afastar o jovem. Os agressores, munidos de objetos como cabos de vassoura, decidiram promover a rebelião. Colchões foram queimados; telas de proteção, derrubadas; e instalações, danificadas. Quatro adolescentes tiveram escoriações e foram levados ao HPS. Dois monitores se feriram levemente.

A Brigada Militar foi acionada e policiais do 1 BPM ingressaram no prédio para facilitar a segurança dos bombeiros, que debelaram o fogo dos colchões que estavam na entrada principal. O restante foi apagado pelos próprios servidores. A promotora plantonista Sônia Eleni Mendes Corrêa esteve no local e informou que um dos internos, por já ser maior de idade, foi levado para a Área Judiciária, onde foi feito o registro do fato. Outros líderes do tumulto foram encaminhados ao Deca.

A servidora Alessandra Maia, que chegou a ser representante sindical dos monitores, disse que a rebelião demonstra as dificuldades que a instituição vem enfrentando. Conforme a diretora-presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), Joelza Mesquita Andrade, devido às más condições da Case PoA 1, deixadas pela rebelião, 29 internos deixaram a unidade - 19 foram levados para a Comunidade Socioeducativa, quatro na Case Padre Cacique, quatro no Centro de Internação Provisória Carlos Santos e dois na Case PoA II, todos na Capital. A Justiça determinará se os jovens permanecerão nesses locais ou se voltam à unidade da vila Cruzeiro.

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