DISPUTA FAMILIAR - EDUARDO TORRES, ZERO HORA 12/04/2012
A disputa de poder entre traficantes de Guaíba teria levado a um crime em família, solucionado ontem pela polícia. Em março, José Carlos Franco, 40 anos, foi executado com dois tiros na cabeça enquanto dormia em uma das suas bocas de fumo, no bairro Nova Guaíba.
Ontem, Soila Teresinha Forte da Silva, 34 anos, mulher de Franco, foi presa com o seu irmão, Dinarte Elias Forte da Silva, 30 anos, e a namorada dele, Josiane dos Santos Conceição, 20 anos. O trio seria o mandante de um crime executado por quatro adolescentes, entre 15 e 16 anos, apreendidos dias atrás.
– Eles mantinham o tráfico com muito poder na Nova Guaíba desde que desarticulamos um grupo rival, no ano passado. Mas este poder foi conquistado muito rapidamente, e o José Carlos virou o chefão do bando, ficando com a maior parte do lucro. Isso causou inveja – explicou o delegado Rafael Soares Pereira.
Mulher de vítima não teria honrado pagamento
De acordo com o delegado, todos os passos da execução teriam sido cuidadosamente planejados pelo trio. Soila teria ficado responsável pela escolha dos matadores. Ela teria prometido pagar R$ 3 mil e entregar uma arma longa, de grosso calibre, aos adolescentes. No dia marcado, eles teriam sido acompanhados por Dinarte, que teria fornecido cocaína aos garotos na noite anterior.
Por volta da 1h de 12 de março, os adolescentes foram até a boca onde estaria Franco, na Rua A da Nova Guaíba. Dois deles permaneceram do lado de fora e, lá dentro, Josiane, a gerente da boca, tratou de acalmar os cachorros para que o traficante não acordasse.
Um adolescente de 16 anos e outro com 15 anos entraram no quarto. Com um revólver, não deram nenhuma chance de defesa à vítima. Mas o plano que parecia perfeito começou a ruir. Houve desacerto na negociação entre os criminosos.
– Ela havia prometido R$ 3 mil e pagou apenas R$ 300 aos adolescentes. A arma também não foi entregue a eles – contou o delegado Rafael.
No dia 19 de março, quando foram apreendidos em razão de outros crimes, os adolescentes confessaram a execução por encomenda.
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