quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

CONSUMO DE ÁLCOOL: ATÉ QUANDO?

ZERO HORA 20 de dezembro de 2012 | N° 17289. ARTIGOS


Até quando?

Maria Regina Fay de Azambuja*


Até quando seremos omissos frente ao que se passa com os jovens? Refiro-me à omissão quanto a um posicionamento firme e claro por parte dos pais, da família e do poder público no que diz respeito à relação que a sociedade atual tem impingido a todos: para festejar e comemorar, é preciso fazer uso do álcool.

Alguns leitores podem estar imaginando que estamos a falar da cerveja. Engano. É muito pior. Bebidas mais fortes, em grande quantidade e misturas de bebidas integram o cenário das comemorações dos jovens. Não sabem o que bebem e talvez não saibam por que bebem. Mas bebem, pois beber antecede a comemoração. Faz parte de um ritual responsável por muitos danos à saúde mental, física e social que se inicia muito cedo e que os expõe a uma situação de extrema vulnerabilidade, como tem sido possível constatar nas formaturas deste final de 2012.

O Fórum Permanente de Prevenção ao uso e à venda de álcool por crianças e adolescentes, que envolve inúmeros parceiros, ao longo deste ano que já se vai, trabalhou, de forma intensiva, com várias instituições públicas e privadas, entre as quais se incluem escolas e pais, buscando imprimir a ideia de que formaturas saudáveis proporcionam memórias felizes. Temos presenciado que grande parte dos jovens que desejavam comemorar sua formatura não pôde lá permanecer. O uso do álcool, sem qualquer controle, é o responsável pelas memórias desagradáveis que certamente carregarão consigo juntamente com o lamento de que é direito seu estar na sua festa de formatura.

Até quando nos manteremos omissos e coniventes com este descontrole que tanto tem prejudicado os jovens? É preciso enfrentar o caos que ajudamos a construir, buscando oferecer proteção àqueles que ainda não atingiram 18 anos. Neste mês de dezembro, Ministério Público, EPTC, Smic, BM, equipes de saúde, grupos de pais, organizações não governamentais, diferente do que ocorria nos anos anteriores, estão presentes nos locais das festas de formatura com o propósito de proteger os adolescentes e aplicar a lei. É possível afirmar que, se lá não estivéssemos, os danos poderiam ser maiores e, quem sabe, irreversíveis. O Fórum conclama todos a enfrentar a cultura da falta de limites, oferecendo proteção aos jovens, fazendo valer o Estatuto da Criança e do Adolescente!

*PROCURADORA DE JUSTIÇA, PROFESSORA NA FACULDADE DE DIREITO DA PUCRS

domingo, 16 de dezembro de 2012

O ÚLTIMO DRIBLE DE PELEZINHO


ZERO HORA 16 de dezembro de 2012 | N° 17285

INFÂNCIA

Garoto bom de bola e aluno estudioso, Adriano Santos dos Santos, 14 anos, era o “exemplo do bem” na Vila Cruzeiro. Os tiros que o mataram abateram também uma comunidade. Zero Hora refaz a trajetória do garoto e o impacto da morte dele numa região da Capital assolada pela violência


KAMILA ALMEIDAFOTOS: ADRIANA FRANCIOSI

O Ás de Ouro da Vila Cruzeiro encerrou suas atividades há uma semana, depois que o craque do time foi executado. Lucio Mauro Sousa dos Santos é técnico da equipe e pai de Adriano Santos dos Santos, 14 anos, morto a tiros a 200 metros de casa. Aos 41 anos, Santos não vê sentido em seguir ecoando seu apito pelos campos da várzea. O “exemplo do bem” virou alvo de briga de gangue.

– O Lucio, como treinador, que pega as crianças para jogar, sem verba sem nada, que vive explicando o que é certo e o que é errado, vai dizer o que para as crianças se acontece uma coisa dessas com o guri que era o exemplo do certo? – questiona a madrasta de Adriano, Maria Inês da Rosa, 44 anos.

O pai está paralisado. Tem dificuldades em formular frases que expressem a dor. Mantém o olhar perdido e assente com a cabeça a opinião da mulher.

Nem ele, nem a mãe, nem a madrasta, nem os amigos conseguem encontrar respostas para o que aconteceu às 21h daquela quinta-feira de calor denso, 6 de dezembro.

Na Rua Ursa Maior, famílias, mulheres e crianças buscavam uma brisa. De boné, Adriano conversava com os amigos na esquina de casa, no Beco do Lula, sentado em uma pedra, de costas para a rua, quando um táxi estacionou. Três homens desembarcaram dizendo que eram da polícia. Todos correram. Adriano apenas se levantou e ficou parado. Foi alvejado com tiros de pistola 9 mm pelo corpo e espingarda calibre 12 na cabeça.

Ele estava ao telefone com a tia, querendo saber notícias da mãe. A ligação foi interrompida pelos disparos. Do outro lado da linha a tia escutou as últimas palavras do sobrinho:

– Ai, acho que tomei um tiro.

Adriano caiu segurando o telefone, o aparelho que havia comprado em agosto último e do qual não desgrudava. Estava entrando na fase das paqueras e varava madrugadas jogando conversa fora. Comprava cartões da operadora de celular e gastava os bônus com as namoradinhas – o garoto ficava horas a fio em conversas ao telefone com colegas de sala de escola.

SONHAVA SER JOGADOR E COMPRAR CASA PARA MÃE

Vaidoso, usava a habilidade com a bola para aumentar a fama entre as meninas. Eram as qualidades técnicas no futebol que faziam o menino sonhar. Quando entrava em campo na Vila Pedreira, levantava a torcida. Ia gente de longe assistir ao show do guri. No currículo, mais de 20 troféus e medalhas. Tinha a fama de entrar e definir as partidas.

– Ele não queria ser como o Neymar, queria ser como o Pelé, queria ter mais dinheiro que o Neymar. Sonhava em comprar um carro, um apartamento. Dizia que ia me tirar da vila – lembra a mãe Neuza Maria Couto dos Santos, 36 anos.

Eram projetos confidenciados apenas para a mãe. Para os demais, demonstrava sonhos pueris: jogar por jogar. Nos planos mais recentes, imaginava uma festa de aniversário com os amigos. Completaria 15 anos no dia 26 de janeiro. A mãe compraria carne e refrigerante. Ele ajudaria com a quantia que ganha de pensão.

PAI, VÁRZEA E INTER ERAM OS PILARES
O pai era conhecido na vila pela rigidez. Ostentava o bom comportamento do filho. Reconhecia a destreza com a perna esquerda, sabia que era um talento natural, mas sempre deixou claro que ele precisava treinar muito ainda se quisesse se destacar no meio. Com quatro anos já fazia acrobacias com a bola, na frente de casa, no mesmo beco onde morreu.

– Ele era marrentinho. “Eu que faço a diferença no teu time”, ele repetia até quando não jogava nada – brinca o pai.

O menino franzino, que media menos de 1m60cm, era um meia-esquerda habilidoso. A velocidade nos gramados fez com que os amigos o apelidassem de Pelezinho. Para a família, era o Dri.

O educador físico Rafael Soares da Rocha, 33 anos, professor de Adriano na Escola Rubra do Sport Clube Internacional, onde treinava, ficou em choque quando soube da morte.

– O guri era tranquilo. Nunca soube de envolvimento dele com droga, essas coisas. Vinha sempre disposto a aprender. Se continuasse jogando assim teria todas as condições de se tornar profissional.

Ser filho de treinador fazia dele um ótimo estrategista. Estava sempre perto do professor dando dicas, alertando sobre um colega mais agressivo em campo, que chegava mais forte no adversário. Essa preocupação com a harmonia do time chamava a atenção de Rafael.

Os dribles criativos despertavam interesse em times adversários. O garoto que não admitia usar outra camisa que não a 10, não largava o time do pai. Tempos atrás um olheiro o chamou para participar do Peneira Caldeirão, programa da Rede Globo comandado pelo apresentador Luciano Hulk. Naquele dia o tempo fechou no morro, e por causa de um tiroteio não conseguiu sair. Perdeu a seleção que ocorria no Beira-Rio.

Também foi por meio de um olheiro que foi parar no Inter, com direito a bolsa de estudos na Escola Rubra. Há quatro anos, treinava nos campos de grama sintética do Parque Gigante. Para se manter no esporte, precisava apresentar atestado de frequência escolar e boletim em dia.

Oração no lugar dos festejos de Natal

A Escola Elpídio Ferreira Paes, no bairro Cristal, onde Adriano cursava a quinta série na turma 153 também ficou em luto. Suspendeu as atividades no dia posterior à morte. Os festejos de Natal no último sábado foram substituídos por uma oração e um manifesto público clamando por segurança e pelo fim da morte de inocentes. As professoras também passam pelo dilema do pai, de explicar o acontecido para as turmas.

Na quinta-feira, dia da missa de Sétimo Dia, Lucio foi até a escola pegar o boletim. Adriano havia passado por média para a sexta série. Mas as dificuldades eram muitas. Maria conta que o menino tinha um problema na fala, que se refletia nas provas de Português e nas redações, já que ele trocava algumas letras. Há três anos, deu início ao tratamento com uma fonoaudióloga.

Família, disciplina e oportunidades

A rotina de Adriano incluía escola do Inter nas manhãs de terça e quinta-feira, treinos na vila com o time do pai nas tardes de quarta e quinta-feira, fonoaudióloga na segunda-feira e torneios aos sábados.

Mas não foram apenas a agenda preenchida de atividades, a rigidez e o exemplo de ter pais trabalhadores – a mãe diarista, o pai pedreiro – que o mantiveram no caminho. Ser tão correto surpreendia até a Dona Neuza:

– Era uma coisa dele. Não gostava de andar “embolado” com os guris que faziam coisas erradas. Era uma criança, jogava videogame e futebol. Nunca ia para longe sem me avisar.

A pensão que o pai dava todo mês, ele guardava para itens que considerava de primeira necessidade: perfume, roupa, creme para o corpo e material escolar.

No dia seguinte à morte, quando a mãe se desfez dos pertences do garoto, encontrou a carteira com o dinheiro da pensão intacto. Estava juntando para comprar uma chuteira nova, já que a de tamanho 36 estava apertada. A nova 37 levaria o nome da irmã recém-nascida bordado.

Isadora nasceu há um mês. No começo, Adriano, que era o bebê da casa, ficou enciumado. Depois, não desgrudava mais da menina.

– Isa, o maninho te ama – foi uma das últimas frases que disse horas antes de morrer.

PERPLEXIDADE DE UMA COMUNIDADE EM LUTO

Na vila onde nasceu e se criou, a bala que vitimou Pelezinho tombou uma comunidade. Todos enchem os olhos ao lembrar do menino brincalhão, covinhas salientes, pernas arqueadas, dentes brancos em contraste com a pele negra.

Uma passeata foi organizada na última quarta-feira, quando dezenas de pessoas caminharam em direção à 20° Delegacia da Polícia Civil. Buscavam explicações.

– Eu quero justiça. Era um guri bom, nunca se envolveu com drogas. – emociona-se a mãe.

De acordo com o delegado Luciano Peringer, titular da Delegacia de Homicídios da Capital, foram identificados suspeitos. Supostas desavenças com os irmãos mais velhos de Adriano, os gêmeos de 18 anos Lucas e Wagner, podem ter motivado a execução.

– O menino não tinha ocorrência como infrator. Acreditamos que a execução tenha tido um efeito intimidatório para dar um recado aos irmãos – diz Peringer, tentando encontrar razão para o crime que entristeceu a Vila Cruzeiro.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ADOLESCENTES INCENDIÁRIOS E CRUÉIS



Até garoto de 12 anos participou de incêndio de ônibus que matou 2 pessoas. Testemunhas dizem que agressores - 6 deles adolescentes - demonstraram crueldade; 3 dos 14 acusados foram achados em hospitais

Artur Rodrigues - O Estado de S.Paulo, 10/12/2012



Evelson de Freitas/Estadão
Cerca de mil pessoas protestaram, na segunda, 10, na av. Paulista, contra a onda de violência em SP

Até uma criança de 12 anos se envolveu no incêndio do ônibus que terminou, no domingo, 09, com a morte de duas pessoas no Jaçanã, zona norte de São Paulo, segundo a Polícia Civil. A investigação concluiu que 14 pessoas participaram da ação, incluindo seis adolescentes. Testemunhas afirmam que os agressores demonstraram crueldade e não deram chance para que as vítimas saíssem do coletivo, incendiado em protesto contra a execução de um jovem praticada por policiais militares.

Todos os envolvidos foram apontados por um adolescente que também participou da ação. O rapaz resolveu dizer quem eram os responsáveis porque, durante o incêndio, tentaram matá-lo. Em seu depoimento, disse que os jovens apreendidos estão envolvidos com o tráfico de drogas na região do Jardim Brasil. A afirmação bate com a apuração da polícia, que constatou que pelo menos sete dos 14 acusados já passaram pela Fundação Casa.

O menino de 12 anos e os demais adolescentes foram encaminhados à entidade. A mãe do garoto, uma auxiliar de limpeza de 37 anos, afirma que ele chegou depois que o ônibus estava pegando fogo. Segundo ela, o garoto só estava na rua por volta das 3h de domingo porque foi a uma balada acompanhado da irmã, de 16 anos. “Ele foi até lá porque tinham matado um rapaz. Não botou fogo em nada”, diz. “Na delegacia, pedi para deixarem ele ir comigo. Mas não deixaram. Ele ficou chorando, agarrado às minhas pernas”, afirma.

Três dos detidos foram encontrados por policiais em hospitais, quando passavam por tratamento de queimadura, e confessaram o crime. No entanto, negaram ter tido intenção de matar as vítimas.

A investigação aponta que o crime foi premeditado. Uma hora depois da morte de Maycon Rodrigues de Moraes, de 19 anos, e de um outro rapaz ser baleado por PMs da Força Tática, quatro rapazes de bicicleta chegaram a um posto de gasolina na Avenida João Simão de Castro. Os jovens compraram seis garrafas de combustível. Na ocasião, segundo o depoimento de uma testemunha ouvida pela polícia, teriam dito que queimariam um ônibus para vingar a morte do amigo.

O delegado titular do 73.º Distrito Policial (Jaçanã), Mário Guilherme da Silveira Carvalho, disse que a investigação ainda não acabou. “Estamos apurando quem é o mandante do crime e se há mais envolvidos.” Os detidos serão responsabilizados por homicídio, incêndio, corrupção de menores e formação de quadrilha. Um outro adolescente, envolvido no incêndio do segundo ônibus, também foi detido.

PMs. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) constatou que seis PMs da Força Tática assassinaram Maycon Moraes e tentaram matar um colega dele - crime que motivou os protestos. Testemunhas viram os dois rapazes descendo de um Passat com as mãos para o alto, sem reagir, e depois sendo baleados. Os PMs estão presos pelo crime e devem ser expulsos, caso essa versão seja comprovada.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

GAROTO DE 17 ANOS É EXECUTADO A TIROS


ZERO HORA 07 de dezembro de 2012 | N° 17276

CANOAS - Adolescente morto com sete tiros

O garoto Rodrigo Brambil, 17 anos, foi executado com seis tiros por volta das 22h de quarta, no bairro Mathias Velho, em Canoas.

Testemunhas afirmaram terem visto dois carros – um C3, prata, e um New Civic, escuro – se aproximarem dele na Rua Negrinho Santos e dali teriam partido os disparos. 

Rodrigo foi atingido com dois tiros na cabeça, dois nas costas e três na cintura. 

O adolescente não tinha antecedentes criminais.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

EDUCAI AS CRIANÇAS PARA NÃO PUNIR OS ADULTOS


ZERO HORA 05 de dezembro de 2012 | N° 17274. ARTIGOS


Joal Teitelbaum*



“Educai crianças para não punir adultos.” Esta afirmação é do matemático grego Pitágoras e tem mais de 2 mil anos. E a lição permanece sem que tenha sido aprendida. Alfabetizar somente não é suficiente. Inserir o aprendizado do ABCD e o OBDC em um processo de qualidade é que permitirá que sejam alcançadas as demais etapas que através de disciplina no pensamento trará a educação, a instrução e a capacidade de transformar conhecimento em criatividade e sabedoria, que é a meta a ser conquistada. Este é o círculo virtuoso da educação.

Conta a história que Rui Barbosa, em sua campanha para presidente, chegou a uma cidade da Bahia e deparou com o nome de uma alfaiataria: “A Agúia de Ouro”. Não se conteve e falou ao dono que gostara muito do nome mas que o acento na palavra águia era na letra “a” e não no “u”. Este lhe respondeu que estava certo o “escrito”, pois o nome de sua alfaiataria era aquele mesmo, “A Agúia (Agulha) de Ouro”. Rui perdeu a eleição, e o Brasil, a oportunidade de ter tido um de seus mais notáveis presidentes.

A incômoda posição do nosso país no ranking mundial da educação tornou-se notícia diária. Os níveis de governo, os segmentos do setor privado e a sociedade sabem que é preciso uma “onda pró-educação”. Mas esta onda não pode ter as mesmas soluções tentadas até hoje. Copiar o que foi utilizado em outros países sem que seja “tropicalizado” para a cultura do Brasil não apresentará os mesmos resultados.

Esta onda deve começar na alfabetização, atravessar todos os níveis de ensino até a formação profissionalizante e universitária focada em educar incentivando a criatividade, a capacidade de inovar e ser agente de mudanças.

Mais uma vez o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) traz uma oportunidade concreta e com amplitude de Brasil para um dos elos da corrente do bem educar. A aliança e a joint venture firmada pelo PGQP com a Sociedade Americana da Qualidade (ASQ), proporcionará a partir de março de 2013 o treinamento e a capacitação para que brasileiros possam ser certificados em qualidade pela ASQ, com todo o material de aprendizado e os exames em língua portuguesa.

Desta forma, a certificação da qualidade e com qualidade passará a ser com chancela internacional, proporcionando crescimento significativo de brasileiros entre os 120 mil certificados pela ASQ que hoje existem em nosso planeta.

*Vice-presidente internacional do Conselho Superior do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

VULNERÁVEIS


Seis crianças entre 10 e 11 anos são presas por dia na Inglaterra. Mais de 2 mil crianças com idades para estar no ensino primário foram presas em 2011

MARGARET DAVIS

DO INDEPENDENT
O GLOBO: 4/12/12 - 7h00


O primeiro-ministro, David Cameron, passa por um policial em Londres

REUTERS/STEFAN WERMUTH


LONDRES — Mais de 2 mil crianças com idades para estar no ensino primário foram presas no ano passado na Inglaterra e no País de Gales, uma média de seis por dia. Do total de 209.450 menores de 18 anos detidos em 2011 - contra 315.923 em 2008 -, 2.117 tinham 10 e 11 anos de idade, de acordo com a Liga Howard para a Reforma Penal. Cerca de 20% eram meninas.

A liga fez campanha para reduzir o número de prisões de crianças que poderiam receber um registo criminal por serem apenas “malvadas”, segundo seu seu diretor-executivo, Frances Crook.

- As crianças que arrumam problemas são mais frequentes do que os “adolescentes desafiadores” e como nós respondemos a esse comportamento incômodo poderia fazer a diferença para o resto de suas vidas. Uma prisão e um registro criminal por serem apenas travessos podem levá-las à vida criminosa. E a diminuição do policiamento para crianças pode liberar recursos para lidar com crimes reais.

De acordo com Crook, apenas um pequeno número de crianças estão envolvidas em incidentes mais graves e geralmente sofrem de abuso, negligência ou problemas mentais.

- Um compromisso com a segurança pública significa tratá-los como crianças vulneráveis ​​e garantir que eles consigam a ajuda que precisam para amadurecer como cidadãos cumpridores da lei - afirmou Crook.