Bandidos que amordaçaram família em assalto na Grande Florianópolis são adolescentes. Criminosos renderam pai, mãe e os dois filhos - DIÁRIO CATARINENSE, 28/09/2011 | 07h48min
Três dos quatro criminosos que invadiram uma casa na noite de terça-feira em Biguaçu, na Grande Florianópolis, eram adolescentes. No assalto, a quadrilha armada amarrou e amordaçou as vítimas.
Os criminosos chegaram à residência por volta das 21h. Entraram na casa e renderam pai, mãe e um dos filhos. Depois de imobilizarem as vítimas, os assaltantes começaram a retirar objetos do imóvel.
Quando o outro filho chegou, ouviu do portão os gritos dos assaltantes. Correu para o vizinho, um policial militar que estava de folga. Ao verificar que era um assalto, o policial chamou apoio. Em 10 minutos, pelo menos cinco viaturas cercaram a residência.
As guarnições da PM flagraram os bandidos ainda na casa. Houve uma troca tiros no pátio da residência, mas os quatro homens acabaram se rendendo. Jeremias Dias, de 21 anos, foi preso em flagrante, e três adolescentes acabaram apreendidos e encaminhados para a Delegacia de Polícia de Biguaçu.
Segundo registros da polícia, os envolvidos no crime têm passagens por roubo e tráfico de drogas. Eles seriam de Florianópolis e chegaram à casa no Jardim Carandaí num carro em nome de uma outra pessoa, sem registro de furto.
Crianças desprotegidas, abandonadas, negligenciadas, sem amor, sem futuro, nos semáforos, vendidas, ao relento, violentadas e dependentes de drogas. Menores infratores depositados em lugares insalubres e inseguros, sem receber tratamento, oportunidades, educação, qualificação e reinclusão social. CADÊ OS PAIS? CADÊ A JUSTIÇA?
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
ILUSÃO PERIGOSA
Wadih Damous, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro - O DIA, 16/09/2011
Rio - Acontece sempre: a cada notícia de envolvimento de menores em crimes, voltam à mídia apelos e projetos para a redução da maioridade penal. Grupos de crianças e adolescentes estão aterrorizando o comércio, como mostrou a TV recentemente? Vamos botar atrás das grades pelo menos os de 16 anos! É só o Congresso aprovar uma das várias propostas com essa finalidade e pronto: estaremos mais seguros nas ruas. Infelizmente, muita gente boa acredita nesta falácia.
Ou procura se iludir, diante do sentimento de impotência para lidar com o problema de tantas crianças jogadas nas ruas, se drogando e furtando, abandonadas por famílias desestruturadas e por um Estado negligente quanto aos direitos mais básicos da infância. O mesmo Estado incapaz de estabelecer políticas de segurança articuladas com ações sociais e educativas. Então, fica mais fácil tentarmos nos livrar desses ‘outros’ que nos incomodam e ameaçam com seus corpos esquálidos e o olhar de quem nada tem a perder.
Mas é bom voltarmos à realidade e refletirmos sobre as consequências de apoiar propostas meramente punitivas, como a antecipação da maioridade penal. Há dias, durante uma audiência sobre o sistema penitenciário, uma especialista definiu apropriadamente: as pessoas imaginam os presos como se fossem lixo; uma vez levados para longe de nossa vista, não seriam mais problema nosso. É um perigoso engano, porque um dia, depois de se ‘escolarizarem’ no inferno que são as cadeias do País, esses já adultos voltarão às ruas, onde também estaremos.
Em vez de se iludir e permitir que os problemas de hoje se tornem ainda mais graves, a sociedade precisa ser parte da solução, além de cobrar do poder público inclusão social e promoção da cidadania para todos.
Rio - Acontece sempre: a cada notícia de envolvimento de menores em crimes, voltam à mídia apelos e projetos para a redução da maioridade penal. Grupos de crianças e adolescentes estão aterrorizando o comércio, como mostrou a TV recentemente? Vamos botar atrás das grades pelo menos os de 16 anos! É só o Congresso aprovar uma das várias propostas com essa finalidade e pronto: estaremos mais seguros nas ruas. Infelizmente, muita gente boa acredita nesta falácia.
Ou procura se iludir, diante do sentimento de impotência para lidar com o problema de tantas crianças jogadas nas ruas, se drogando e furtando, abandonadas por famílias desestruturadas e por um Estado negligente quanto aos direitos mais básicos da infância. O mesmo Estado incapaz de estabelecer políticas de segurança articuladas com ações sociais e educativas. Então, fica mais fácil tentarmos nos livrar desses ‘outros’ que nos incomodam e ameaçam com seus corpos esquálidos e o olhar de quem nada tem a perder.
Mas é bom voltarmos à realidade e refletirmos sobre as consequências de apoiar propostas meramente punitivas, como a antecipação da maioridade penal. Há dias, durante uma audiência sobre o sistema penitenciário, uma especialista definiu apropriadamente: as pessoas imaginam os presos como se fossem lixo; uma vez levados para longe de nossa vista, não seriam mais problema nosso. É um perigoso engano, porque um dia, depois de se ‘escolarizarem’ no inferno que são as cadeias do País, esses já adultos voltarão às ruas, onde também estaremos.
Em vez de se iludir e permitir que os problemas de hoje se tornem ainda mais graves, a sociedade precisa ser parte da solução, além de cobrar do poder público inclusão social e promoção da cidadania para todos.
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